segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Passo apressado como se fugisse...

Cá estamos, na tão esperada cidade do meu coração... sim regressei a Coimbra, para o que se espera ser definitivo (dentro dos possíveis e esperado para mais um ano)... sinto-me bem de ter regressado a casa, de voltar a ver o meu quarto e o muro das "lamentações".... de voltar a estar na minha varandinha e de ver o meu tecto antes de adormecer...
Ontem fui passear. fiz o caminho de sempre! o caminho que fiz nos momentos mais tristes e nos momentos mais felizes. olhei brevemente a Dias da Silva. Com a excepção das obras (que já falei à 3semanas atrás), terem avançado uns 100metros e neste momento estarem mesmo à minha porta, nada de novo! desci em direcção às escadas da José Falcão. Encontro um casal de namorados. Ignoro-os e eles fazem o mesmo a mim. Continuo o meu caminho. sempre a um passo apressado, como se fugisse de algo... (talvez de mim? é bem provável).Olho de lado o jardim da Sereia...
Passo pela praça.... ai a praça... o Cartola, Tropical, Académica, a AAC, o Xuven, o Troica... tudo igual.. dou um abraço com os olhos, como se abraçasse um conhecido que me via passar por ali.
Continuo. só abrando o ritmo aquando um semáforo ou carro obriga. Mas continuo.
O mercado, os Correios, a Câmara...e por fim a baixa...
Misturo-me com o resto das pessoas que por ali passam.. algumas com pressa, outras a passear ou conhecer.. ouço música ao longe. vejo um homem a tocar saxofone tenor. Não me demoro a ouvi-lo. para dizer a verdade não me apetecia. não, eu não queria parar ali, no meio da gente que quase me arrastava.... Continuo. olho meio a medo o largo da Portagem. Está cheio devido às esplanadas. Não como outrora nas noites de queima ou latada, mas sim, está demasiado populacionado para a minha fobia social. Atravesso a estrada. e acalmo o passo agora que entro no jardim... A meu lado passa o "basófias". não me interessa. Continuo, como se estivesse atraída por algo...
chego por fim ao parque verde. curiosamente acelero o passo, como se estivesse para terminar uma corrida, como se estivesse num sprint. Alcanço a minha tão desejada Ponte pedonal...(ou pelo nome Ponte Pedro e Inês)... foi como se ali abraçasse um amigo...paro. olho o jardim e as margens. olho a cidade descaída e por fim olho para a minha amiga Cabra! Demoro-me a olhar.... para mim é das imagens mais belas que guardarei comigo no livro das recordações.... Queria sentar-me ali, mas não posso! passa demasiada gente para poder esquecer a minha angústia.
olho as margens. Sim. ali está um bom lugar. percorro a ponte e procuro um lugar à beira rio. tão baixa como Mondego, tão pequena aos pés desta cidade. sento-me. penso. faço uma última chamada. sim, eu tentei esclarecer tudo. não houve resposta e o silêncio falou mais alto. Nada a fazer! Caso arrumado. Cansei-me! Não me apetece pensar mais nisso.
Olho o rio... olho as gaivotas... olho as pessoas... olho e não vejo nada... para mim são apenas vultos... rostos soltos de outro alguém que por ali anda! Não quero saber! Não quero pensar.
Demoro mais um pouco a vista na Cabra e na cidade que agora começa a ganhar tons mais avermelhados, como se o por do sol lhe trouxesse lentas labaredas.... levanto-me e começo todo o caminho de regresso. sempre ao mesmo ritmo apressado, como se fugisse de alguém... como se tivesse compromissos.... não! não tenho. apenas fujo de mim. de mim mesma que não consigo encontrar...


Boo

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