quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

falta-me o sal da vida

Eu sou uma pessoa estranha!

Até aqui não disse nada de novo ou que surpreendesse qualquer um dos magníficos leitores deste blogue sem eira nem beira!

A verdade, é que sendo uma pessoa “naturalmente insatisfeita”, por norma uso isso para tentar chegar mais longe, para não desistir e adaptar-me aos desafios…. Nestes dias, em que nem me posso queixar da vida, esperava andar aos saltinhos e tão alegre que me tornasse irritante e no entanto, ando “muito na minha”…. Não me apetece sair de casa nem por nada e sabe Deus o castigo que foi hoje ir comprar o jornal, numa tentativa de apanhar um raio de sol… o mais estranho é que depois de adiar mil e quinhentas coisas para “quando terminarem os exames”, não faço nada e simplesmente estupidifico ora a olhar para a tv ora a olhar para o tecto… simplesmente passo os dias fechada em casa, de pijama, de um lado para o outro apenas para não ganhar raízes….

Embora as coisas estejam a tomar o seu rumo, falta-me algo! No mundo da culinária, diria que tenho todos os ingredientes para o prato final, mas falta-me o sal!

Falta-me o sal da vida! Uma vez a minha avó contou-me esta história:

Era uma vez um rei que tinha três filhas e para saber quanto elas gostavam dele, pediu-lhes para o compararem com alguma coisa. A primeira diz “para mim, o pai é como o ouro, que é muito valioso!”, a segunda diz “para mim, o pai é como a prata que é valiosa e muito brilhante!”, a terceira diz “para mim, o pai é como o sal…” e o rei expulsou-a sem querer saber a justificação… mais tarde, e numa vida de miséria a terceira princesa arranja trabalho nas cozinhas do castelo. Um dia teve de preparar a comida para o Rei e fê-la de forma especial. O Rei não conseguia comer e chamou a responsável… ela explicou que simplesmente não colocou sal…. E por isso tinha dito que para ela, o pai era como o sal, dava sabor e era essencial….”

Por falar em sal, também a palavra “salário” tem origem na palavra sal, visto que era o modo de pagamento aos soldados do império romano.

E é isso que me falta! Falta-me algo que dê um gostinho especial!

Os sonhos não foram adiados e deveria andar a mil… amanhã volto a esse ritmo! Tem de ser! Tenho de esconder a cabeça no meio do imenso trabalho que tenho para fazer! Amanhã esquecerei o sal!

Boo

7 comentários:

  1. Isto vai soar estúpido mas vou escrevê-lo na mesma, ;) até porque quero manter o espírito da metáfora...
    O sal pode não ser essencial, e até pode fazer mal de vez em quando, mas é o que dá gosto à vida, sempre foi e sempre será, por isso nunca deixes de procurar o tempero certo!...

    tc

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  2. Estar de pijama ajuda à melancolia, acredita no que te digo. E às vezes é preciso passarmos pelo insosso para valorizarmos as pitadas de sal que se aproximam. O que vale é que amanhã é um novo dia, e dias desses todos temos. Às vezes impomo-nos metas do género "quando tiver x vou ser feliz", e penso que o melhor não é pensar como te deverias estar a sentir mas apenas sentir. Depois passa:P

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  3. Kris, eu sei que deveiria procurar o tempero certo, mas não é nada fácil de encontrar! ok, se fosse não seria especial, eu sei! mas sinceramente? mais vale ficar no insonso, do que procurar sal e sair-me "caril" (que faz-me mal....).
    um beijnho

    Brandie, eu sei disso. por isso hj acordei as 8h e parti para o mundo das bibliotecas... nada de ficar em casa...
    as vezes achamos que a felicidade depende de uma equação perfeita e estamos tão enganados... a felicidade reside em pequenas coisas e pequenos momentos! e como tu dizes, resta-nos sentir, apenas!
    beijnho

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  4. O "sal" faz falta, mas nas devidas porporções...
    De momento, pareces ter os níveis de "sal" abaixo da média, mas se quiseres7procurare rapidamente os recuperas! :D

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  5. Bloguótico, não sei muito bem se quero procura-los.... vamos lá ver como a vida corre a vida e pode ser que o sal apareça... se não aparecer, lá terei de me habituar ao insonso..
    um beijinho

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  6. Para não estragar a metáfora digo apenas aquilo que eu faço:
    Quando me servem comida e ela não tem sal, eu próprio acrescento a meu gosto. Entendo que com a vida não deve ser diferente.
    Em relação a ficar em casa de pijama,não faz de facto meu género. Eu faço tudo ao contrário. Por exemplo: quando estou doente e com muita febre, quando a maior parte das pessoas fica em casa e se enfia na cama ou no sofá, eu saio e vou correr, ou vou ao ginásio. Quanto mais ficar quieto pior eu me sinto. Outra coisa que costumo fazer: sempre que me sinto mais em baixo e não me apetece fazer nada tomo um duche rápido. Recupero logo a energia.

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  7. Bem, Goth, cada pessoa vê o mundo com os seus olhos... é muito mal sinal que eu queira ficar em casa de pijama... os que me conhecem do mundo real estão habituados a ver-me a correr de um lado para o outro e a ouvir-me dizer que "mal encontro a minha cama".. se tenho ficado em casa, é pura e simplesmente porque ando com medo de encarar o futuro e a vida!
    falta-me sal?! sim, falta! mas também não quero pensar nisso agora. Estou preste a começar uma nova e decisiva etapa da minha vida, enquanto e ao mesmo tempo termino outra! não me vai restar muito tempo para pensar em "temperos" e é assim que ultrapasso as barreiras... se isto poderia ser muito mais simples e mais bonito?sim, poderia.. mas também nunca gostei de coisas fáceis!

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